Cabeça ou coração?

A timidez diante da adversidade não é virtude, mas a prudência é preferida à imprudência.

Por David Brody, MD

Este artigo apareceu originalmente na edição de setembro dea estrela do norte mensal.)

Na aviação, como na vida, e principalmente como na medicina também, há circunstâncias em que nos deparamos com a incerteza - mudando o clima, a apresentação confusa de um paciente, o humor inescrutável de um amigo - mas a ação é necessária e somos forçados a tomar uma decisãocom conhecimento incompleto.Talvez essa seja até a regra.E em todas essas situações, somos então confrontados com duas posições concorrentes que nem sempre podem se alinhar - o que é mais provável e o que podemos preferir.Como navegamos entre esses dois pólos pode fazer toda a diferença.

Recentemente, enfrentei uma instância dramática e quase catastrófica da necessidade de tomada de decisão sólida, enquanto estava voltando para casa de Laconia, New Hampshire.O clima na partida estava essencialmente "céu azul" com nuvens ocasionais, mas quando eu fui para o norte, ficou claro que havia uma frente se mudando. De Laconia, geralmente voarei na rota da linha direta sobre as montanhas brancas e através de Franconia Notch, mas comoFiquei em curso, pude ver uma cobertura de nuvens se estabelecendo sobre as montanhas, então decidi seguir para o oeste em direção ao Líbano com um plano para dar um cachorrinho no vale de Connecticut, seguindo a I-91 e o rio em uma altitude mais baixa, e depois em cimaPara o aeroporto de Lyndonville.

Havia uma folga adequada quando comecei a subir o vale a 3000 pés, mas pude ver a frente que se aproximava para o West escurecendo e espessando, e logo percebeu que seria uma questão de tempo - o que chegaria ao aeroportoPrimeiro, o avião ou o clima.Meu GPS é capaz de me dar não apenas a distância do meu destino, mas também a hora e eu atende a atenção com a diminuição da lacuna: 40 milhas, 25 minutos;15 milhas, 10 minutos;Então, com Saint Johnsbury fora da minha asa, 16 quilômetros e 6 minutos.Certamente posso encontrar um caminho em apenas 6 minutosEu me assegurei.No entanto, as condições estavam se deteriorando rapidamente, com o céu enegrecendo e diminuindo a visibilidade anunciando a chegada da frente.E então: um repentino choque de turbulência, uma chuva se abriu, a visibilidade passou de ruim para pobre, e eu bati em um estômago que girava no ensino médio que me bateu no cinto de segurança e me mergulhou a 200 pés.Isso foi um problema.Não há mais tempo para pensar emTalvez eu deva desviar- Foi agora ou nunca.Fiz um oitenta, redefini meu GPS e, depois do que parecia um tempo interminável, esperando que a janela da oportunidade não tivesse fechado em mim, consegui pousar com segurança no Aeroporto Dean Memorial, em Haverhill.

Em todos os encontros com um novo paciente, há um período de incerteza, uma lacuna entre a queixa apresentada e um diagnóstico.Às vezes, isso é muito pequeno - o diagnóstico de telhas, por exemplo, muitas vezes pode ser feito rapidamente de toda a sala - mas em muitos casos há um atraso definitivo e, às vezes, desconfortavelmente.Com aquele paciente com dor no peito - é um ataque cardíaco, uma embolia pulmonar, uma pneumonia;Ou algo tão inócuo quanto um músculo puxado de um espirro muito vigoroso?Ou é possivelmente uma daquelas entidades raras sobre as quais se aprende na faculdade de medicina, mas que a grande maioria dos médicos não verá nem uma vez em toda a sua carreira?O médico deseja certeza - uma vez que temos um diagnóstico, conhecemos o tratamento específico, e uma das circunstâncias extremamente perturbadoras para o médico énão sei o que está acontecendo- Mas o perigo, especialmente em um caso difícil, e ainda mais especialmente o paciente se tornar instável, é que nosso desejo de certeza pode competir com o requisito de precisão.Não podemos permitirnossas necessidadesdesviar do que será melhor para o paciente.Devemos nos treinar para não ceder muito cedo para a certeza, quando ainda podem existir motivos legítimos para incerteza;sempre questionar e verificar nossas conclusões;E esteja sempre preparado para reconhecer que alguém pode estar errado e mudar de curso.Essas são marcas da mente clínica madura.

O médico não é Deus, nem o piloto, e todos estamos sujeitos a um desejo humano demais para a certeza.O que me permitiu continuar no meu voo, apesar das condições climáticas obviamente deterioradas, a ponto de haver sérias dúvidas sobre o resultado?O desejo de evitar o inconveniente de ter que descobrir um caminho para casa de Haverhill que vale a pena arriscar minha vida (ou a dos outros no chão, Deus proíbe)?Obviamente não - e ainda assim eu atrasei.Negação?Pensamento desejado?Uma determinação ingênua de "completar a missão"?Esses são hábitos mentais que precisam ser treinados e, felizmente, eu tive estudos e treinamento suficientes para reconhecer a ameaça, embora desconfortavelmente tarde.

E o médico enfrentando um paciente complexo e instável?Há algumas coisas que podemos fazer, mesmo diante da incerteza - dando fluidos a um paciente com uma pressão arterial que diminuía rapidamente, por exemplo - enquanto continuamos a resolver o caso.Mas existem certas situações - uma apresentação atípica, digamos, ou está muito cedo no processo para que as descobertas usuais apareçam, ou condições concomitantes que obscurecem pistas vitais - nas quais precisamos continuar, apesar da falta de clareza, separando pacientementeOs sinais, garantindo que cada passo a seguir seja testado e confiável, o tempo todo em guarda para evitar ser tentado a se estabelecer prematuramente um diagnóstico.

Em ambos os casos, a chave é a capacidade de tolerar um grau de realidade desconfortável - no único caso, o reconhecimento de uma verdade desagradável, no outro a rejeição de uma liderança falsa - enquanto pacientemente (mas rapidamente) trabalhamos o problema, imparcial porpreferência eentãofaça a chamada.

E então, como é dito,Traga esse avião para um pouso.